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14 de nov. de 2015

Lazaretto - Crítica

Estética, glamour, estilo e um Jack Daniel's pra acompanhar. O clube dos Jack's; Jack White nos leva em um ponto impensável sobre muita coisa na música, prova que a música indie é nossa revolução, um divisor de águas, com certeza Jack White seria os Beatles do indie, embora seja uma comparação infeliz, quando Beatles conseguiram dividir o rock entre Gene Simmons e Beatles fazendo ainda assim ser considerado rock foi uma dádiva, agora Jack nos prova com tudo que música indie não é só The Black Keys e que sim, com um toque de country, misturando um pouco de Marilyn Manson, a música indie é um do it yourself! Ele faz uma música simples, carregada de influências e agradável aos ouvidos de quem aprecia, parece redundante mas todo circo tem sua platéia. A comparação com Marilyn parece grotesca mas tem um fundo de sentido, o arranjo fino da voz e o jeito de falar em suas músicas, traz uma espécie de 'indie, the B side', além de Manson, dá pra se comparar com Pink Floyd, talvez um pouco menos psicodélico e mais histérico. 
Jack (ex-faz-tudo na empresa The White-Stripes) então lançou em 2014 seu segundo álbum solo Lazaretto, bastante influenciado por blues, country, rock e até mesmo pop! 
Vamos em uma breve análise sobre cada faixa. 
Three Women 
Essa música é bem dançante, poderia muito bem ser trilha sonora desses filmes com adolescentes fugindo de seus pais numa Pussy Wagon, fumando na janela e assaltando lojas de conveniências pelas estradas. A música é um exemplar de blues, logo, anima bastante como primeira faixa. 
Lazaretto
Batizando o álbum, chega Lazaretto, um indie com traços de rap. Nos leva a pensar em um artista completo, solos de guitarra e de violino permanecem. Uma ótima música pra acordar de ressaca com a vitrola ligada.
Temporary Ground 
Um country bem tranquilinho com traços folk pra se ouvir no seu Ford del Rey indo pro meio do nada. Ficar deitado do 'outro lado do oceano' gritando sem som. A música traz uma vibe de paz interior, bem agradável de ouvir. 
Would You Fight for My Love?
Uma das melhores do álbum inteiro, traz o lado escuro das coisas, muito boa para se cantar em um boteco qualquer, deixa o ouvinte tranquilo, animado e triste na mesma faixa. Em geral, trata-se sobre dor de cotovelo, um sexo casual e 'pode-se substituir as lágrimas por álcool, por exemplo'.
High Ball Stepper
Outra música que daria uma boa para a trilha sonora de um filme, dessa vez um western. Logo depois de Would You Fight for My Love, ainda naquela vibe whisky num boteco deserto, uma coisa diferente, um instrumental, apenas, não deixando à desejar, sem dúvida você estaria bêbado e nem perceberia que é só um instrumental. 
Just One Drink 
Uma faixa de uma clara influência dos Beatles com aquele toque de country, tranquilinha, boa pra ouvir no ônibus, em casa, boa até pra dedicar à um amor. Novamente você pode substituir a água por álcool, por exemplo. 
Alone in My Home
Melodia gostosa, uma letra gostosa, a música se trata-se do medo de ser esquecido e a resistência criada com o tempo, fala-se de amor e de esquecimento. Ao todo, é gostoso de cantar. 
Entitlement
Como nenhum álbum pode faltar as baladinhas, aqui está uma, mistura leve de um country com um que de amor. Grande desabafo sobre coisas que você e só você pode entender, isso é o que nos faz pensar mas de alguma forma, todos temos esse sentimento de querer fazer o que queremos sem sermos julgados pela sociedade. 
That Black Bat Licorice
Enfim minha favorita, fugindo de todos os estilos do álbum, uma coisa bem dark cabaret, é ideal para um striptease, essa música tem uns traços bem parecidos com a faixa The Trouble da banda Birdeatsbaby, leva a mesma melodia em alguns trechos. A letra é carregada de menções e comparações, seria uma influência de Ozzy para a expressão 'that black bat licorice' ? -Risos- 
I Think I Found The Culprit 
A pior faixa de todo o álbum, a letra deixa à desejar, brinca com dois extremos, o bem, o mal, o feio, o bonito. A melodia é familiar e grudenta, repetitiva, fazendo com que o ouvinte saiba cantar logo na terceira ou quarta vez em que escuta a música. 
Want and Able
Essa música poderia muito bem ser de Simon & Garfunkel, é um folk suave, gostosinho de ouvir, boa pra tocar em uma roda de violão entre amigos ou até mesmo usar para dormir. 

Curioso é que Jack não quis deixar um álbum monótomo, fez uma coisa remetente à época, tanto nas músicas quanto na estética, lançou versão vinil, um detalhe interessante é o holograma de um anjo no vinil de Jack White que aparece durante uma das canções, o anjo da capa vira simplesmente um holograma no disco, o LP possui duas faixas secretas, inovador é o lado A do disco ser tocado ao contrário, ou seja, a primeira música está no final, coloca-se a agulha da vitrola no centro. Lazaretto conta também com loops infinitos para evitar o silêncio. Já no lado B do disco, ouvimos do modo convencional, com a agulha na borda do disco, porém, as curiosidades não param por aí, temos uma coisinha chamada dual-groove technology que consiste em duas intro distintas para uma mesma faixa, podendo assim, ouvir de forma aleatória uma intro acústica ou uma intro elétrica, isso é presente na Just One Drink. Um fato interessante é a ordem da tracklist variar com o formato, ou seja, no CD temos uma tracklist, no LP outra e assim por diante. 

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